sábado, 30 de março de 2013

Páscoa: Os Julgamentos de Jesus – Parte II

*(Parte I)

O Segundo Julgamento: Sacerdotal


“E logo que foi dia ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais dos sacerdotes e os escribas, e o conduziram ao seu concílio, e lhe perguntaram: És tu o Cristo? Dize-no-lo. Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; E também, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis. Desde agora o Filho do homem se assentará à direita do poder de Deus. E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E ele lhes disse: Vós dizeis que eu sou. Então disseram: De que mais testemunho necessitamos? pois nós mesmos o ouvimos da sua boca.” (Lucas 22:66-71)

http://mvmportuguese.files.wordpress.com/2012/04/1-jesus-before-caiaphas.jpgNo julgamento sacerdotal, Jesus foi condenado por blasfêmia - por se auto intitular de “o Filho de Deus” - e para os que ali estavam, era réu de morte. Filho de Deus é uma expressão encontrada no Antigo Testamento, em vários outros textos judaicos e no Novo Testamento. Nas Escrituras hebraicas, de acordo com a tradição judaica, relaciona-se a vários sujeitos distintos, a anjos, seres humanos e, até mesmo, a toda humanidade. De acordo com a maioria dos estudiosos cristãos, a expressão se refere ao relacionamento entre Jesus Cristo e Deus, assim como ao relacionamento experimentado por todos os crentes fiéis a Jesus (cf. João 1:12 – “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome”.) Os líderes judeus entenderam exatamente o que Jesus quis dizer com a expressão “Filho de Deus”. Ser “Filho de Deus” é ser da mesma natureza de Deus. O “Filho de Deus” é “de Deus”. A afirmação em ser da mesma natureza de Deus, e de fato “ser Deus” era blasfêmia para os líderes judeus; então exigiram a morte de Jesus. Hebreus 1:1-3 expressa isto muito claramente: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.


O Terceiro Julgamento: Penal

Por decisão no Sinédrio (assembléia dos principais sacerdotes, escribas e anciões do povo), Jesus foi levado a Pôncio Pilatos:

“Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: ‘Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz’. Perguntou-lhe Pilatos: ‘Que é a verdade?’ E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: ‘Não acho nele crime algum’.” (João 18:37-38)

Diante do julgamento penal, não haviam razões para a condenação de Jesus.


O Quarto Julgamento: Político

http://www.filosofiaadistancia.com.br/exposi%C3%A7%C3%B5es/Jesus/Jesus%20Cristo%20-%20exposi%C3%A7%C3%A3o%20final/Jesus%20%C3%A9%20interrogado%20por%20Herodes.jpgJesus na corte de Herodes é um episódio da vida de Jesus relatado apenas em Lucas 23:7-15. Após ter sido julgado pelo Sinédrio, Jesus é enviado para o governador romano Pôncio Pilatos que, ao saber que ele era galileu, entendeu que o caso estaria sob a jurisdição de Herodes Antipas. Herodes Antipas (o mesmo que foi responsável pela decapitação de João Batista) queria há muito se encontrar com Jesus, pois esperava poder testemunhar um de seus milagres. Porém, Jesus não diz quase nada em resposta aos questionamentos expostos e nem responde às veementes acusações dos sumo-sacerdotes e escribas. Por isso, ele é zombado por Herodes e por seus soldados, que colocam sobre ele um majestoso manto resplandecente e o enviam de volta a Pilatos.

Diante do julgamento político, não haviam razões para a condenação de Jesus.


O Quinto Julgamento: Romano - Mais uma vez o Tribunal declara sua inocência

"Então Pilatos convocou os principais sacerdotes, as autoridades e o povo, e disse-lhes: Apresentastes-me este homem como pervertedor do povo; e eis que, interrogando-o diante de vós, não achei nele nenhuma culpa, das de que o acusais; nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar; e eis que não tem feito ele coisa alguma digna de morte." (Lucas 23:13-15)


O Sexto Julgamento: Popular

“Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: ‘Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo?’, pois sabia que por inveja o haviam entregado. E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: ‘Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele’. Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus. O governador, pois, perguntou-lhes: ‘Qual dos dois quereis que eu vos solte?’ E disseram: ‘Barrabás’. Tornou-lhes Pilatos: ‘Que farei então de Jesus, que se chama Cristo?’ Disseram todos: ‘Seja crucificado’. Pilatos, porém, disse: ‘Pois que mal fez ele?’ Mas eles clamavam ainda mais: ‘Seja crucificado’. Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: ‘Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco’.” 
(Mateus 27:17-24)

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilVvNvGu2DxBeMEGcLBn9PbuQxOcAIe4uJuRPT27E-zFuJKz3KOLgO3BRGqOrqDUI_-1VKc42GNYIZFSEICipVBydadHOWJ4hHzHAP9AnxtocqJhfnS_QAmB51kWca3uanX08n_FbCIcNq/s400/julgamente_Jesus.jpg
Mesmo não havendo culpa alguma em Jesus diante do julgamentos penal, político, romano, foi Ele condenado à morte de Cruz. E então se cumpriu a profecia: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Isaías 53.12). E nada fugiu dos planos do Senhor...

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Texto de:
   Érica Rodrigues

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